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Uma sociedade unida pode salvar muitas vidas

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Tereza sempre foi uma mulher alegre e cheia de vida. Bonita, inteligente, educada e carismática sempre foi o centro das atenções por onde passava. Na faculdade conheceu o seu parceiro, namoraram durante o curso, que ela abandonou para se casar, enquanto ele terminou, se formou e começou a trabalhar. Sempre aparentaram estar apaixonados, queriam filhos e faziam muitos planos.

Com o tempo, Tereza já não era mais a mesma, saía pouco de casa, não conversava mais com as amigas, nem com a família, mudou seu jeito de se vestir e evitava contato com homens. Em casa, qualquer mudança gerava ataques de ciúmes em seu parceiro, que no começo ameaçava deixá-la, mas logo vieram as agressões físicas, o silenciamento, a repressão e mesmo quando engravidou, não foi poupada do sofrimento. Após a agressão, acreditava no arrependimento do seu marido, que chorando jurava que estava mal e que fazia aquilo tudo por amor e por medo de perdê-la.

O caso retratado é fictício, mas acontece em diversos lares pelo país. Muitas mulheres sofrem violência diariamente e em muitos casos são silenciadas pelos seus agressores. Para combater o problema é necessário entender o cenário em que ele surge e combatê-lo.

Os tipos de violência sofridos por mulheres são: violência psicológica, quando atos e falas desequilibram a mulher emocional e psicologicamente, afetando sua rotina, sua autoestima e suas decisões; violência física, quando atos utilizando a força física, como socos, puxões, tapas, empurrões reprimem a mulher; violência sexual, caracterizada por atos ou tentativas de relação sexual sem consentimento ou cometidos sob coação; feminicídio, é o homicídio contra uma mulher por ela ser mulher e envolve violência familiar, com o menosprezo e discriminação ao gênero. E por fim, a violência doméstica, que engloba os atos citados anteriormente, ocorrendo dentro de casa e englobando qualquer faixa etária.

Entendendo os diferentes tipos de violência é necessário saber como agir para denunciar as agressões e acolher a vítima. O primeiro passo é ligar para o 180, canal criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, onde serão dadas as orientações sobre o que deve ser feito tanto pelo denunciante, quanto pela vítima. O atendimento é gratuito e atende emergência e urgência, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Neste canal, as denúncias são encaminhadas aos órgãos competentes, como Polícia Civil e Militar ou Secretaria de Direitos Humanos.

Para as mulheres em situação de violência é necessário ter uma rede de apoio, com amigos e familiares que possam acolher e ajudar a enfrentar a situação. Em todos os casos é aconselhável que não se procure o agressor, evitando o risco para si e para a vítima. Evitar julgamentos e fornecer informações para que a mulher se sinta acolhida e confortável para efetuar a denúncia também é necessário. Para mudar o cenário de violência contra a mulher é preciso unir forças e dar luz ao problema, debatendo o tema e levando informação a quem precisa.

Se você é vítima de violência ou conhece alguém nessa situação, disque 180 e denuncie. Uma sociedade unida pode salvar muitas vidas.

Por Marília Siqueira Campos
Advogada

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