O mês de março é marcado por diversas celebrações e homenagens às mulheres. Com o passar
dos anos a luta por espaço e por direitos frente à sociedade se tornou mais nítida, combatendo
preconceitos, derrubando barreiras e demonstrando a capacidade da mulher em se posicionar
nos mais diversos setores e posições com maestria. Diante das diversas mudanças ainda é
necessário enfrentar muitas dificuldades e uma delas é constante no cotidiano: a violência contra
a mulher.
Os diversos casos de violência contra a mulher são noticiados e mapeados todos os dias e é
necessário expor o problema para que ele seja combatido. Segundo a OMS, uma a cada três
mulheres já sofreu violência física e/ou sexual por parte de seus parceiros e cerca de 7% das
mulheres entrevistadas revelou ter sido violentada sexualmente por desconhecidos. Diante desse
cenário é necessário conhecer e se atentar aos sinais:
A violência psicológica é aquela que desequilibra a mulher, afetando seu estado emocional e
seu psicológico, impondo sobre as suas decisões escolhas prejudiciais a sua carreira profissional
e sua independência. Muitas vezes é confundida com cuidado e zelo.
A violência física utiliza a força física para reprimir a vítima, por meio de puxões, tapas, socos,
empurrões e espancamentos. Gera medo e insegurança à mulher, podendo causar o isolamento
e o receio de ser desacreditada pelo seu círculo social, incapacitando muitas vezes de denunciar
as agressões.
O feminicídio caracteriza-se pelo homicídio contra a mulher pelo fato dela ser mulher. O crime
envolve a violência familiar e doméstica e em muitos casos é cometido pelo parceiro da mulher,
que a inferioriza e menospreza.
A violência sexual é marcada por atos ou tentativas de relação sexual não consentidos, feitos
sob violência ou coação. Abuso, assédio e estupro caracterizam esse crime e podem englobar
também a proibição da mulher de utilizar métodos contraceptivos ou impedi-la de abortar.
A violência doméstica engloba diversos tipos de violência, constantemente velada e que ocorre
dentro de casa. Pode ocorrer com mulheres de qualquer idade e geralmente é apaziguada por
conta das relações sociais estabelecidas e pela crença de que terceiros não devem se envolver
em atritos de casais.
O que fazer?
Quando a mulher é vitima de violência, seja ela de qualquer natureza, é necessário buscar ajuda.
O apoio de familiares e amigos é de grande importância, já que uma rede de apoio bem
estabelecida fornece a segurança necessária à mulher de prosseguir com a denúncia e legitima o
seu discurso, fortalecendo sua voz frente ao agressor. Para denunciar agressões ou pedir ajuda,
a vítima ou denunciante deve discar o 180. O canal da Secretaria de Políticas para as Mulheres
fornece as orientações sobre onde buscar apoio e os passos que devem ser tomados. O serviço
funciona todos os dias da semana, atende emergência e urgência e é gratuito.
Tão importante quanto saber identificar e denunciar a violência contra a mulher é preciso acolhê-
la e validar sua voz. Saber que sua vida importa pode ser o passo inicial para dar fim ao
sofrimento e evitar que esses tipos de crime continuem acontecendo.
Por Marília Siqueira Campos
Advogada